quarta-feira, 20 de junho de 2012

PLENITUDE






Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. 
Os seres humanos são assim. 
Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. 
Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? 
Neste mundo há espaço para todos. 
A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. 
A cobiça envenenou a alma dos seres humanos, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. 
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. 
A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. 
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos, nossa inteligência, empedernidos e cruéis. 
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. 
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. 
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. 
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio nos aproximou. 
A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do ser humano, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. 
Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. 
Milhões de desesperados: 
Homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. 
Aos que podem me ouvir eu digo: 
Não desespereis! 
A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de seres humanos que temem o avanço do progresso humano. 
Os seres humanos que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. 
Sei que os seres humanos morrem, mas a liberdade não perecerá jamais.





(Charles Chaplin).

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