sexta-feira, 28 de junho de 2013

SIMPLESMENTE AMOR






A paixão, o encanto, é a ausência de palavras, é a Vida revestida de silêncio e transbordando insinuações. 
O Amor sobrevive no mistério, no desvelamento cotidiano que nunca chega à plenitude, porque tudo o que já está pleno, já está pronto.
O Amor só é Amor porque é inacabado, é metade que chama, implora e pede clemência. 
Amar é uma interessante e bonita forma de carecer, de ser fraco, de entregar os pontos, de viver sem armas, como se por um instante, só por um instante, a luta que marca a nossa sobrevivência tivesse entrado em estado de trégua.
O encanto que sobrevive no Amor só pode durar enquanto se estenderem os segredos que sacralizam a relação. 
E por isso é necessário retirar as sandálias dos pés, pisar com leveza, olhar com cuidado. 
O Amor é amigo do silêncio. 
Sobrevive no querer dizer, na tentativa frustada de verbalizar o que é a crença da alma, o sustento do espírito.
A saudade é benéfica ao Amor. 
Distantes, os amantes mensuram o tamanho do bem-querer. 
Medida que se descobre nos desconcertos da ausência, no engasgo constante da recordação, recurso que faz voltar no tempo, engana as horas, aproxima as peles, diminui as estradas, ancora os navios, pousa os aviões, faz chegar os ausentes. 






(Pe. Fábio de Melo).

TEM CALMA





Tem calma contigo mesmo e olha onde vais,
Espera um minuto, pensa no que farás
No meio da tormenta é duro de navegar,
E outra má decisão te pode caro custar.
Nem todo mal momento te faz fracassar,
Se alguém não te aceita só te fará pensar.
Que a Vida está cheia de coisas a enfrentar,
Ainda assim há beleza é preciso andar
Segue adiante, sem olhar atrás,
Vive cada dia e nada mais.
E o que vier tu vencerás
Só Tu tens a chave, abres ou fecharás
Tem calma tua Vida é um jogo de Verdade
E aos outros não culpe por tua mediocridade
Se alguém tem falhado é bom sempre lembrar
Que também tu tens falhas basta de chorar.
Tu és precioso (a), acredite ou não,
Mas o Amor que é Amor sempre causará dor.
E como ouro, pelo fogo vais que passar
Purificar-lo todo e o melhor de ti forjar
Ainda que chores, tu vencerás
Só aquele que perde sabe também ganhar.

Mas tem calma...







(Fábio de Melo).

MELHOR DO QUE EU JULGO SER






Eu não quero que você seja eu
Eu já tenho a mim.
O que quero é que você chegue
Com seu poder de chegar
E de me devolver para mim.
Que você chegue com o seu dom
De também me fazer chegar
Perto de mim...
Pra me fazer ver o que sou e que só você viu.
Pra eu ser capaz de amar também
O que só você amou
Eu não quero que você seja igual a mim.
Eu já tenho a mim.
Não quero construir uma casa de espelhos
Que multiplique a minha imagem por
Todos os cantos.
Quero apenas que você me reflita
Melhor do que eu julgo ser.







(Pe. Fábio de Melo).

sexta-feira, 21 de junho de 2013

PÁSSAROS QUE DORMIAM EM TUA ALMA






Para meu coração basta teu peito para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
Eu despertei e às vezes emigram e fogem pássaros que dormiam em tua alma.







(Pablo Neruda).

POESIA ENCONTRADA








Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos, que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza nem os seres humanos em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas) elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques, não indagues. 
Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante, vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. 
Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. 
Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
Ermas de melodia e conceito elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono, rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.







(Carlos Drummond de Andrade).

O CAMINHO DA VIDA







O caminho da Vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenenou a alma dos seres humanos... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.

A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.

Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.

Sem essas virtudes, a Vida será de violência e tudo será perdido.







(Charles Chaplin).

sábado, 1 de junho de 2013

MESMO QUE NINGUÉM ENTENDA






"E o que é que ela vê nele? 
Nossos amigos se interrogam sobre nossas escolhas, e nós fazemos o mesmo em relação às escolhas deles. O que é, caramba, que aquele Fulano tem de especial? 
E qual será o encanto secreto da Beltrana?

Vou contar o que ela vê nele:......
Ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem. 
Ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças.
Ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara.
Ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente.
Ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista.
Ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio.
Que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir;
Ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões. 
Ela vê que ele é um sonhador incorrigível.
Ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros. 

Agora vou contar o que ele vê nela: 
Ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa.
E ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos.
Vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está.
E vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda".

O Amor, Ao Meu Amigo, Vento...,Leve!!! 
Te Amo...!!!
Até Amanhã...Te Amo...!!! 
Até Amanhã...Te Amo...!!!!






(Martha Medeiros).

DESAFIOS








Viver é enfrentar desafios.
Quem nunca enfrentou desafios, apenas passou pela Vida, não viveu.
Sim, todo mundo quer uma vida tranquila e estável, mas não se consegue isso sem luta, esforço e muita coragem.
E ninguém quer uma Vida medíocre, sem sal nem açúcar. 
Definitivamente, isso não é coisa que engradece a alma. 
Mas se quiseres seguir adiante com glória, tenha ciência de que às vezes é necessário mudar a estratégia do jogo radicalmente.
Você poderá perder muitas peças e muitas batalhas no caminho. 
E não importa o quanto você sofra, o quanto você apanhe. 
Você precisa reunir suas forças e seguir em frente.
Mesmo que tudo pareça perdido, não esqueça: 
Na Vida, assim como num jogo de Xadrez, enquanto você estiver de pé e lutando, nada estará perdido.
Basta que você mantenha o Espírito e siga em frente.






(Augusto Branco).

FELIZ COMIGO






Não... 
Eu não estou querendo viver uma paixão arrebatadora.
Paixões assim são as que proporcionam os mais altos sonhos
E também as maiores quedas...
Mas, acredite, eu sou capaz de me apaixonar todos os dias!

E também não estou interessado (a) em encontrar quem me ame de verdade
Já encontrei estas pessoas há muito tempo.
E aquelas que não estão ao meu lado
Eu carrego comigo, em meu peito.

Ah, eu também não estou querendo viver um grande amor
Eu vivi todos os amores que a Vida me trouxe
E foram lindos
Foram maravilhosos
E ainda são grandes amores, e vivem comigo, mesmo que já se tenham passado

Também não estou procurando alguém para toda a Vida
Nem procuro alguém para um pouquinho apenas
Não estou procurando absolutamente nada

Neste momento, apenas retraio-me comigo,
E estou descobrindo o prazer e a felicidade enorme que é
Amar mais e melhor a mim mesmo (a).







(Augusto Branco).