quarta-feira, 13 de junho de 2012

O VERBO NO INFINITO






Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor.
Nascer, respirar, chorar e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito.





(Vinicius de Moraes).

Um comentário: