sábado, 9 de junho de 2012

FELICIDADE CLANDESTINA






Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. 
De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. 
Para que te servem essas unhas longas? 
Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. 
Para que te serve essa cruel boca de fome? 
Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a Vida me foi dada. 
Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? 
Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir. 




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