sexta-feira, 5 de outubro de 2012

MAIS ALTO






Mais alto, sim! 
Mais alto, mais além
Do sonho, onde morar a dor da Vida,
Até sair de mim! 

Ser a Perdida,
A que se não encontra! 
Aquela a quem o mundo não conhece por Alguém!

Ser orgulho, ser águia na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!

Mais alto, sim! 
Mais alto! 

A Intangível
Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
A rutilante luz dum impossível!

Mais alto, sim! 
Mais alto! 

Onde couber
O mal da Vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!





(Florbela Espanca).

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