sábado, 17 de dezembro de 2011

TERNURA





Eu te Peço Perdão por te Amar de Repente.
Embora o Meu Amor
Seja uma Velha Canção nos Teus Ouvidos.
Das Horas que passei à Sombra dos teus Gestos
Bebendo em tua Boca o Perfume dos Sorrisos
Das Noites que Vivi Acalentando
Pela Graça Indizível
Dos teus Passos Eternamente Fugindo.
Trago a Doçura
Dos que Aceitam Melancolicamente.
E Posso te Dizer
Que o Grande Afeto que te Deixo
Não Traz o Exaspero das Lágrimas,
Nem a Fascinação das Promessas,
Nem as Misteriosas Palavras
Dos Véus da Alma...
É um Sossego, uma Unção,
Um Tansbordamento de Carícias.
E Só te Pede que te Repouses Quieto (a),
Muito Quieto (a)
E deixes que as Mãos Cálidas da Noite
Encontrem sem Fatalidade
O Olhar Estático da Aurora.





(Vinícius de Moraes).

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