quarta-feira, 21 de novembro de 2012

FIOS DE VIDA QUE EU URDI






Quando eu morrer e no frescor de lua
Da casa nova me quedar a sós,
Deixa-me em paz na minha quieta rua...
Nada mais quero com nenhum de vós!

Quero é ficar com algumas poemas tortos
Que andei tentando endireitar em vão...
Que lindo a Eternidade, amigos mortos,
Para as torturas lentas da Expressão!...

Eu levarei comigo as madrugadas,
Pôr de sóis, algum luar, asas em bando,
Mais o rir das primeiras namoradas...

E um dia a morte há de fitar com espanto
Os fios de vida que eu urdi, cantando,
Na orla negra do seu negro manto.





(Mario Quintana).

Um comentário:

  1. BOM DIA INTEIRO DE QUARTA-FEIRA E MUITA ALEGRIA DE VIVER COM: FIOS DE VIDA QUE EU URDI!!!

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